
Atravessei a praça em direção à um teatro no centro da cidade.
Fui a bilheteira e perguntei:
-Olá... Que horas eu poderia ver o teatro?
Lá de dentro, ela abriu a boca mastigando, cheia de lanche e me cuspiu dizendo:
-Fique a vontade, pode entrar!
E falou isso lançando pedaços de comida na minha direção, que por minha sorte esborrifaram e escorreram pelo vidro.
Fui pro saguão indicado, as pernas de um sargento bloqueavam a passagem, estavam esticadas para frente, em sua cadeira de tédio.
-Que assunto a "senhora" quer tratar?
-Alguém da administração? Pauta, agenda, programação. Sou artista e...
-Não pode não. volte outro dia.
-Então posso falar com algum funcionário do teatro?
-Não pode não.
E esperei, ainda um pouco... ninguém apareceu.
Enfiei meu rabinho entre as pernas, baixei meus cornos e fui pastar por ali.
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